A primeira grande tempestade da temporada na Europa deixou ao menos dez mortos, incluindo uma adolescente, e interrompeu o fornecimento de eletricidade em 340 mil 000 lares.
O Reino Unido registrou nesta segunda-feira a pior tempestade em cinco anos, com um registro de ao menos quatro mortos, além de importantes perturbações nos transportes e cortes de eletricidade.
A tempestade também causou três mortes na Alemanha, uma na França, uma na Holanda e uma na Dinamarca.
Batizada como "São Judas" por causa do santo padroeiro das causas perdidas, que tradicionalmente é celebrado em 28 de outubro, a tempestade deixou o Reino Unido no início da tarde em direção à Holanda, Dinamarca e norte da Alemanha.
No Reino Unido, quedas de árvores mataram uma adolescente de 17 anos, surpreendida enquanto dormia em sua casa em Henver, sul de Londres, e um homem com cerca de 50 anos, preso em seu veículo.
Os corpos de um homem e uma mulher também foram encontrados no início desta tarde em meio aos escombros de três casas que desabaram após uma explosão causada pelo rompimento de uma tubulação de gás.
Um menino de 14 anos continua desaparecido em Sussex (sul), depois de ter sido arrastado pelas águas na tarde de domingo quando nadava no mar com amigos.
Na Holanda, em Amsterdã, uma mulher morreu e um homem ficou ferido na queda de uma árvore, segundo a polícia. As autoridades aconselharam a população a permanecer em casa.
Na Dinamarca, um homem morreu atingido por parte de um prédio de três andares que desabou 60 km a noroeste de Copenhague. A maior parte dos trens dinamarqueses parou e cerca de 500 passageiros tiveram que ter paciência para esperar em 35 aviões que tinham acabado de aterrissar no aeroporto internacional de Copenhague, por causa dos fortes ventos que impediam o posicionamento de passarelas para permitir o desembarque.
Na Alemanha, um homem de 39 anos e uma criança morreram em acidentes causados por quedas de árvores em Gelsenkirchen, no oeste do país , e na Baixa Saxônia (noroeste). Duas crianças també ficaram feridas.
Na França, uma mulher de 47 anos foi levada na manhã desta segunda pelas ondas em uma praia de Belle-Ile (oeste) e seu corpo foi encontrado algumas horas depois.
Cerca de 270.000 lares ficaram sem eletricidade no Reino Unidos e 75.000 no oeste e norte da França.
A central nuclear britânica de Dungeness B Power interrompeu suas atividades por algumas horas como medida de precaução.
Em Londres, um guindaste caiu sobre o telhado de um prédio do governo durante a madrugada, sem deixar feridos, mas obrigando o vice-primeiro-ministro Nick Clegg a adiar uma coletiva de imprensa.
E no palácio de Buckingham, telhas foram arrancadas pelo vento. A rainha não estava no local no momento da tempestade.
A maioria das viagens de trens para a capital a partir do sul e do oeste da Inglaterra foi cancelada por causa de inundação nas ferrovias.
Além disso, 130 voos - 10% do tráfego do dia - foram cancelados no aeroporto de Heathrow, enquanto várias linhas de metrô em Londres registravam atrasos.
Várias estradas foram fechadas no sudoeste devido a inundações e árvores bloqueando o trânsito.
A tempestade chegou a afetar a Bolsa, já que muitos funcionários não conseguiram chegar até a City.
O organismo de previsão meteorológica Met Office multiplicou os alertas e pediu à população que evite sair de casa nesta segunda-feira.
As autoridades pretendem repetir as ações que em 1987 minimizaram o impacto do que seria a pior tempestade desde 1703, que deixou 18 mortos.
"A tempestade que estamos enfrentando é pouco habitual, já que não tivemos uma de tal violência nos últimos cinco anos, mas não é excepcional", afirmou nesta segunda-feira Paul Davies, meteorologista do Met Office.
Ventos de até 160 km/h foram registrados na ilha de Wight (sul).
Na França, onde a tempestade começou no domingo à noite, os ventos alçaram até 147 km/h no noroeste, segundo a Météo France.
Os transportes marítimos, rodoviários e ferroviários sofreram perturbações.
O tráfego de ferrys que ligam a França à Grã-Bretanha foi retomado depois de um fechamento temporário devido aos fortes ventos.
"O tráfego foi liberado no porto de Dover [Grã-Bretanha]. As travessias foram retomadas ao longo da costa francesa", declarou à AFP um porta-voz da companhia P&O, da qual dois barcos que transportavam mais de 450 pessoas ficaram bloqueados durante várias horas diante da costa inglesa, depois do fechamento do porto de Dover.
Na Alemanha, a circulação dos trens regionais na região de Schleswig-Holstein, fronteira com a Dinamarca, foi interrompida nesta tarde. E perturbações foram registradas em Hamburgo, segunda maior cidade alemã, segundo a empresa de transporte ferroviário Deutsche Bahn.
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