O presidente recém-empossado do Paraguai, Federico Franco, quer evitar o desconforto com os países vizinhos, principalmente o Brasil e o Uruguai. Determinado a desfazer o mal-estar causado pela destituição do então presidente Fernando Lugo, Franco pretende procurar nos próximos dias a presidente Dilma Rousseff e o presidente do Uruguai, José Pepe Mujica. Um dos receios de Franco é o eventual rompimento da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) com o Paraguai.
Franco também se preocupa com a questão energética, uma vez que a Usina Itaipu Binacional é fundamental para o abastecimento de energia para o Paraguai e a economia do país. Segundo assessores, o ministro das Relações Exteriores, José Félix Fernández, vai procurar o chanceler brasileiro, Antonio Patriota.
Paraguai em crise
Foto 51 de 65 - 22.jun.2012- Federico Franco, novo presidente do Paraguai, cumprimenta aliados após assumir oficialmente a Presidência da República. Nesta sexta-feira, Fernando Lugo, deixou o poder depois da aprovação de seu impeachment pelo Senado Mais Cesar Olmedo/AP
Ontem (22), no final da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, Dilma disse que acompanha de perto e com atenção as mudanças no Paraguai. Porém, vários ministros manifestaram dúvidas sobre o processo de impeachment movido contra Lugo pela rapidez e a forma como ocorreu. Em apenas 24 horas, ele foi destituído do poder.
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O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse ter ficado impressionado com a rapidez do processo envolvendo Lugo. Segundo ele, foi um “processo incompatível com as regras do contraditório e da ampla defesa”. Até ontem à noite, os chanceleres da Unasul estavam em Assunção conversando com as autoridades paraguaias.
Surpresa e contestação
Federico Franco disse sexta-feira (22) estar surpreso com o "rápido" processo de destituição de seu antecessor, Fernando Lugo, em sua primeira entrevista coletiva após a posse."O processo foi um pouco rápido para mim e surpreendeu todos os paraguaios", disse Franco na sala Independência da sede de governo, onde empossou alguns dos novos ministros.
Lugo, acusado "de mau desempenho de suas funções, negligência e irresponsabilidade" após a morte de 11 trabalhadores sem-terra e de 6 policiais em um confronto armado na sexta-feira passada, durante a desocupação de uma fazenda, foi destituído ao final de um processo parlamentar que durou pouco mais de 24 horas.
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