Horas após a destituição de Fernando Lugo pelo Senado do Paraguai, os países sul-americanos emitiram comunicados condenando a saída do presidente. Alguns deles afirmaram que não pretendem reconhecer a investidura do vice, Federico Franco.

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A presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, declarou, em comunicado publicado pela Presidência, que o processo de impeachment paraguaio foi "um golpe de Estado". "Sem sombra de dúvidas, aconteceu um golpe de Estado no Paraguai", confirmando que a ação é "inaceitável".
O comunicado é feito em meio a uma manifestação de apoio de cerca de 200 paraguaios a Fernando Lugo na avenida 9 de Julho, em Buenos Aires, na noite desta sexta. A Argentina tem uma comunidade de 600 mil paraguaios, uma das maiores fora do país.
Impeachment de Fernando Lugo
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O presidente da Bolívia, Evo Morales, também confirmou que seu país não reconhecerá o governo de Federico Franco e disse que Lugo foi retirado do governo por acabar com os grupos de poder paraguaio e esse foi o custo político. "A Bolívia não reconhecerá um governo que não saia das urnas e o mandato do povo".
A condenação também foi feita pela Venezuela, com Hugo Chávez, que chamou o governo de "inválido e ilegal", na chegada do mandatário iraniano, Mahmoud Ahmadinejad.
O presidente do Equador, Rafael Correa, rejeitou nesta sexta-feira a "ilegítima" destituição do líder paraguaio, Fernando Lugo, e afirmou que não reconhecerá o novo chefe de governo em Assunção.
"O governo do Equador não reconhecerá outro presidente do Paraguai que não seja o senhor Fernando Lugo", disse Correa. "Já chega destas invenções na nossa América, isto não é legítimo, e não acredito que seja legal. Seguramente ignoraram os procedimentos".
AMÉRICA CENTRAL
As manifestações de condenação vieram também da América Central e do Caribe. O presidente da República Dominicana, Leonel Fernández, considerou a saída de Lugo "ilegal e antidemocrática", através de comunicado do gabinete.
Ele pediu a convocação imediata de uma reunião de chanceleres da OEA (Organização dos Estados Americanos) para discutir o tema. Fernández também pediu uma ação internacional para restituir Fernando Lugo ao cargo.
Em El Salvador, o presidente do Parlamento, Sigfrido Reyes, disse que o impeachment "é um fato que vulnera a ordem democrática nesse país, súbito e que não foi permitido o direito de defesa".
O Parlamento Centro-americano (Parlacen) também chamou a comunidade internacional a recusar a sucessão, qualificada como um "golpe de Estado", em nota divulgada nesta sexta.
Além de mostrar indignação com o processo de impeachment contra Fernando Lugo, a Costa Rica ofereceu asilo político ao presidente deposto ou a membros do gabinete. Para o chanceler Eduardo Castillo, Lugo "não teve possibilidade nem tempo suficiente para um devido processo de defesa".
Danilo Bandeira/Editoria de arte/Folhapress | ||
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