O traficante Matemático (no detalhe) comandou a invasão à Vila Kennedy, que deixou mais de 30 mortos, no ano passado.
À medida que a Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro multiplica as UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), a violência diminui e o total de chefes do tráfico presos aumenta. Porém, na matemática do crime organizado, quem comemora o saldo positivo é o traficante Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, chefe de uma facção criminosa que ainda não perdeu territórios para o programa de pacificação do governo do Estado.
Neste domingo (1º), o cerco para capturá-lo se fechou: numa operação conjunta em um de seus redutos, a favela da Coreia, na zona oeste, agentes das polícias federal, civil e militar chegaram a uma casa onde Matemático estaria escondido. Ele não foi encontrado, mas uma mulher apontada como sua namorada foi baleada e presa. No final da noite, após prestar depoimento, ela foi liberada.
Enquete: Você acha que a polícia está mais perto de prender Matemático ?
Das 19 unidades já implantadas, 13 ficam em áreas controladas pela maior facção do Rio, que tinha seu principal reduto no Complexo do Alemão, na zona norte. Três ficam em áreas dominadas pela organização que controlava a Rocinha (zona sul) e duas se localizam em comunidades onde havia a presença das duas facções. Apenas uma UPP fica em área controlada por milícia.
Também se multiplicam as denúncias sobre o traficante mais procurado do Rio, que tem contra ele nove mandados de prisão expedidos pela Justiça. Desde que Matemático saiu da cadeia para trabalhar e não retornou, em abril de 2009, o Disque-Denúncia recebeu 888 informações sobre o seu paradeiro. No ano passado, foram 384 – média de uma por dia. Neste ano, já foram 218 denúncias, mais de duas por dia. O serviço oferece R$ 3.000 de recompensa por informações que levem à sua prisão.
Apesar das denúncias e das inúmeras operações que a PM faz no complexo de Senador Camará (zona oeste), principal reduto do traficante, Matemático, também conhecido como Batgol, sempre consegue escapar. Para investigadores da Delegacia de Bangu (34ª DP), o fato de a região ser plana e ter muitos acessos, facilita a fuga, conforme relata um agente da Polícia Civil.
– Todas as vezes que tentamos prendê-lo percebemos que ele obrigava mulheres, crianças e idosos a ficarem na rua. Ele sabe que um policial dificilmente vai disparar um tiro com a rua cheia de inocentes.
Uso de celular proibido na presença do chefe
Os policiais contam que o traficante tem uma preocupação grande com a imagem. Moradores são proibidos de usar celulares na presença dele. Além do medo de ser fotografado ou filmado, Matemático teme que a sua localização seja informada à polícia. O comportamento também é adotado por seus aliados de confiança, os gerentes do tráfico, cuja imagem é desconhecida da polícia.
As próximas UPPs a serem implantadas ficam na Rocinha, Alemão e Penha, que terão os maiores efetivos policiais das unidades já implantadas. Ou seja, mais da metade do programa de pacificação será finalizada sem que a facção controlada por Matemático tenha sido afetada. À exceção de Pezão, chefe do tráfico no Alemão, todos os outros principais chefes já foram presos, entre eles Nem da Rocinha, Polegar da Mangueira e FB da Vila Cruzeiro.
Ao contrário das outras duas quadrilhas que estão enfraquecidas, o grupo de Matemático conseguiu, desde 2009, invadir territórios importantes, como grande parte do complexo da Maré (zona norte), em uma guerra que deixou mais de 20 mortos naquele ano, e defender territórios de ataques inimigos, como o morro da Serrinha, em Madureira (zona norte), no fim de 2010, e a comunidade Para-Pedro, em Colégio (zona norte), em maio do ano passado.
Expansão de território
Sem serem incomodados, os traficantes desta facção ainda tentam expandir seus domínios. No ano passado, a guerra pelo controle da Vila Kennedy (zona oeste) deixou cerca de 30 mortos. Há pouco mais de um mês, traficantes da Maré tentam invadir a favela Santa Lúcia, em Imbariê, Duque de Caxias,Baixada Fluminense.
Entre os principais redutos da facção chefiada por Matemático, estão as comunidades Coreia, Rebu, Taquaral e Sapo, em Senador Camará; Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança, Salsa e Merengue, Timbau e Baixa do Sapateiro, no complexo Maré; morro da Serrinha, em Madureira; Acari; Para-Pedro, em Colégio; Parada de Lucas e Vigário Geral; e morros do Dendê, Querosene, Parque Royal, Guarabu e Nova Bancários, na Ilha do Governador (zona norte).
Todas essas regiões estão no caminho da pacificação, mas sem data definida. O governador Sérgio Cabral anunciou na semana passada que, no segundo semestre deste ano, o bairro de Madureira vai receber uma UPP. A expectativa é de que seja no morro da Serrinha. Seria o primeiro golpe da pacificação na facção de Matemático.
A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) informou que o planejamento das UPPs é feito pela Secretaria de Segurança Pública e que não pode comentar o assunto. A pasta diz que, por questões estratégicas, não antecipa o cronograma de ocupação para instalação de futuras Unidades de Polícia Pacificadora. Atualmente, 1,3 milhão de pessoas são beneficiadas pelo projeto. Desde a ocupação do Alemão, em novembro de 2010, mais de 200 chefes e gerentes do tráfico já foram presos pela Polícia Civil.
Neste domingo (1º), o cerco para capturá-lo se fechou: numa operação conjunta em um de seus redutos, a favela da Coreia, na zona oeste, agentes das polícias federal, civil e militar chegaram a uma casa onde Matemático estaria escondido. Ele não foi encontrado, mas uma mulher apontada como sua namorada foi baleada e presa. No final da noite, após prestar depoimento, ela foi liberada.
Enquete: Você acha que a polícia está mais perto de prender Matemático ?
Das 19 unidades já implantadas, 13 ficam em áreas controladas pela maior facção do Rio, que tinha seu principal reduto no Complexo do Alemão, na zona norte. Três ficam em áreas dominadas pela organização que controlava a Rocinha (zona sul) e duas se localizam em comunidades onde havia a presença das duas facções. Apenas uma UPP fica em área controlada por milícia.
Também se multiplicam as denúncias sobre o traficante mais procurado do Rio, que tem contra ele nove mandados de prisão expedidos pela Justiça. Desde que Matemático saiu da cadeia para trabalhar e não retornou, em abril de 2009, o Disque-Denúncia recebeu 888 informações sobre o seu paradeiro. No ano passado, foram 384 – média de uma por dia. Neste ano, já foram 218 denúncias, mais de duas por dia. O serviço oferece R$ 3.000 de recompensa por informações que levem à sua prisão.
Apesar das denúncias e das inúmeras operações que a PM faz no complexo de Senador Camará (zona oeste), principal reduto do traficante, Matemático, também conhecido como Batgol, sempre consegue escapar. Para investigadores da Delegacia de Bangu (34ª DP), o fato de a região ser plana e ter muitos acessos, facilita a fuga, conforme relata um agente da Polícia Civil.
– Todas as vezes que tentamos prendê-lo percebemos que ele obrigava mulheres, crianças e idosos a ficarem na rua. Ele sabe que um policial dificilmente vai disparar um tiro com a rua cheia de inocentes.
Uso de celular proibido na presença do chefe
Os policiais contam que o traficante tem uma preocupação grande com a imagem. Moradores são proibidos de usar celulares na presença dele. Além do medo de ser fotografado ou filmado, Matemático teme que a sua localização seja informada à polícia. O comportamento também é adotado por seus aliados de confiança, os gerentes do tráfico, cuja imagem é desconhecida da polícia.
As próximas UPPs a serem implantadas ficam na Rocinha, Alemão e Penha, que terão os maiores efetivos policiais das unidades já implantadas. Ou seja, mais da metade do programa de pacificação será finalizada sem que a facção controlada por Matemático tenha sido afetada. À exceção de Pezão, chefe do tráfico no Alemão, todos os outros principais chefes já foram presos, entre eles Nem da Rocinha, Polegar da Mangueira e FB da Vila Cruzeiro.
Expansão de território
Sem serem incomodados, os traficantes desta facção ainda tentam expandir seus domínios. No ano passado, a guerra pelo controle da Vila Kennedy (zona oeste) deixou cerca de 30 mortos. Há pouco mais de um mês, traficantes da Maré tentam invadir a favela Santa Lúcia, em Imbariê, Duque de Caxias,Baixada Fluminense.
Entre os principais redutos da facção chefiada por Matemático, estão as comunidades Coreia, Rebu, Taquaral e Sapo, em Senador Camará; Vila do João, Vila dos Pinheiros, Conjunto Esperança, Salsa e Merengue, Timbau e Baixa do Sapateiro, no complexo Maré; morro da Serrinha, em Madureira; Acari; Para-Pedro, em Colégio; Parada de Lucas e Vigário Geral; e morros do Dendê, Querosene, Parque Royal, Guarabu e Nova Bancários, na Ilha do Governador (zona norte).
Todas essas regiões estão no caminho da pacificação, mas sem data definida. O governador Sérgio Cabral anunciou na semana passada que, no segundo semestre deste ano, o bairro de Madureira vai receber uma UPP. A expectativa é de que seja no morro da Serrinha. Seria o primeiro golpe da pacificação na facção de Matemático.
A CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora) informou que o planejamento das UPPs é feito pela Secretaria de Segurança Pública e que não pode comentar o assunto. A pasta diz que, por questões estratégicas, não antecipa o cronograma de ocupação para instalação de futuras Unidades de Polícia Pacificadora. Atualmente, 1,3 milhão de pessoas são beneficiadas pelo projeto. Desde a ocupação do Alemão, em novembro de 2010, mais de 200 chefes e gerentes do tráfico já foram presos pela Polícia Civil.
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