domingo, 1 de dezembro de 2013

MORRE O PRODUTOR MUSICAL JOÃO ARAÚJO NO RJ

O produtor musical João Araújo, que morreu neste sábado (30) no Rio, foi um dos executivos mais importantes da indústria fonográfica brasileira. Ele passou por várias gravadoras até ser chamado para criar a Som Livre, das Organizações Globo, da qual foi presidente desde a fundação até 2005, quando se aposentou (saiba mais). Atualmente, ele era presidente de honra da Associação Brasileira dos Produtores de Discos.
Grammy Latino
Depois de meio século de bastidores do executivo da MPB foi homenageado no palco do Grammy Latino, em 2007. O prêmio foi um reconhecimento da contribuição de João Araújo com a música brasileira. “Eu sou um velho produtor de discos. Estou trabalhando em discos há mais de 50 anos”, resumiu modestamente a sua contribuição durante a premiação. “Quando penso que não tenho mais emoções pra viver, surge um Grammy na minha vida”, acrescentou.


Papa João Paulo II
O executivo lançou um CD do Papa João Paulo II rezando um rosário. Ele entregou os primeiros exemplares a Dom Eugênio Salles, em mãos. “Estou tendo o imenso prazer de trazer os primeiros exemplares do disco gravado por João Paulo II. Ele já foi lançado em cerca de 20 a 30 países e na Espanha já recebeu o disco de ouro. Em alguns lugares, o disco de platina. Nesse momento quero fazer esse registro histórico”, declarou o produtor musical.


Poesias inéditas de Cazuza
Fora do meio musical, João Araújo é muitas vezes lembrado como o pai do Cazuza. O executivo preferiu não interferir nos rumos da carreira do filho poeta, mas ao longo de quase 50 anos foi responsável pelo lançamento de grandes nomes da música brasileira: Elis Regina, Caetano, Gal Costa e os Novos Baianos. Em 2001, ele lançou um livro com poesias inéditas e consagradas de Cazuza.


Site Cazuza
João e Lucinha Araújo lançaram um site especial sobre o cantor Cazuza. “Esse projeto faz parte do nosso projeto de vida. O primeiro foi o Viva Cazuza, que vai muito bem, obrigada. O segundo seria levar a idéia do Cazuza completa pro mundo todo”, afirmou Lucinha. “A importância é o fato de você ter um documento, uma fonte de referencia para universidades, para futuras gerações que vão poder recorrer a essa obra do que ela tem de significado, o Cazuza, na década de 80, um letrista e um intérprete da maior importância”, declarou o executivo.


Missa Roberto Marinho
João e Lucinha Araújo comparecem a missa de 7º Dia do jornalista e empresário brasileiro, Roberto Marinho, que faleceu em 2003, aos 98 anos. O presidente das Organizações Globo havia sido internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Samaritano, no dia 6 de agosto, em razão de um edema pulmonar. Durante todo este dia, seu estado de saúde permaneceu grave.


Acordo comercial
João Araújo assinou um acordo comercial entre a gravadora Som Livre e Columbia Broadcasting System (CBS). “Duas grandes companhias de entretenimento estão se juntando suas forças para melhorar o mercado musical”, declarou o representante da CBS na ocasião. “Eu acho que definitivamente selado esse acordo, nós estamos iniciando uma coisa muito importante para cultura brasileira”, afirmou o executivo.


Venda de discos
Na empresa Som Livre, ele também revelou muitos artistas, entre eles Xuxa, Djavan e Barão Vermelho, o antigo grupo de Cazuza. Antes, passou pelas gravadoras Odeon, que tinha entre suas estrelas na época Dorival Caymmi e João Gilberto, e Philips, onde apostou em Gal Costa e Caetano.



Mercado fonográfico
Carioca do Leblon e torcedor do Flamengo, o produtor musical era o caçula de seis irmãos. Ele tinha 14 anos quando trocou o emprego de laboratorista por auxiliar de imprensa em uma gravadora. A partir daí, nunca mais deixou a indústria fonográfica e se transformou em um dos produtores musicais mais respeitados do Brasil.


Dedicação
Em nota oficial divulgada pela Som Livre, Araújo é apontado como o mais importante executivo da empresa e responsável pelo lançamento dos principais nomes da música brasileira. Veja o texto.



Cazuza
Ele era pai do músico Cazuza e estava casado havia 56 anos com Lucinha Araújo. O executivo foi enterrado com uma bandeira do Flamengo, no mesmo jazigo do filho Cazuza. “Nós conversávamos todo dia sobre coisas variadas. Não tenho um registro do que ele disse por último, porque por último a gente está achando sempre que vai ser o outro dia", declarou no dia do falecimento do filho. “Um bravo, um bravo”, descreveu Cazuza, emocionado.

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