Moradores relataram os momentos de pânico e tensão vividos no alagamento provocado pelo rompimento de uma adutora da Cedae em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, na manhã desta terça-feira (30). O mecânico Agilson da Silva Serpa conta que ele e sua família foram arrastados pela força da água. A Defesa Civil informou que pelo menos três quarteirões no entorno da Estrada do Mendanha foram atingidos. A menina Isabela Severo dos Santos, de 3 anos, morreu. Até as 9h30, foram confirmados outros sete feridos.
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O rompimento ocorreu na Estrada do Mendanha, na altura do número 4.500, por volta das 6h. De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Marcos Djalma, o jato d´água chegou a 20 metros. Dentro das casas, a água atingiu dois metros. Segundo o comandante do Corpo de Bombeiros, Sergio Simões, pelos menos dez casas foram totalmente destruídas e outras tiveram algum tipo de dano.
“Estava dormindo e acordei ao escutar um barulho muito forte no telhado. Em seguida, as paredes começaram a se destruir. A gente estava no segundo andar e a força da água arrastou a gente para o outro lado da rua. Nós paramos em frente à casa do vizinho”, contou Agilson, que sofreu um ferimento no joelho.
O jovem Carlos Alberto Pereira Junior, 18 anos, salvou Daniel de oliveira, 29, parente de Agilson. Com o impacto da água, Daniel desmaiou e sofreu um ferimento na coluna.
“A água bateu em cima dele e ele apagou. Eu consegui achar ele no chão, com ferimento na canela e na coluna. Eu só consegui salvar um casaco, um tênis, a minha carteira e o celular”, disse Thiago, acrescentando que funcionários da Cedae mexiam com frequência na adutora.
“A gente está avisando há um tempão para não mexer na manilha [peça usada para unir ou fixar cabos]. Os funcionários da Cedae estavam limpando aquilo lá há mais de um mês e a gente avisou que tinha cano e manilha, e que não era para mexer. Aí não teve jeito, o cano furou e com a pressão da água estourou”, relembrou.
A dona de casa Juliana Lemos conseguiu socorrer os quatro filhos. “Meus filhos estão bem, estavam todos dormindo. Acordamos com as paredes caindo, eu só tive um ferimento no pé”, afirmou Juliana, que foi atendida na ambulância do Corpo de Bombeiros.
Estragos e prejuízo
Por volta das 8h30, o secretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, chegou ao local. Ele percorreu a área a bordo de um bote. Garis da Comlurb limpam a região para desobstruir a área. O coronel Sergio Simões informou que o Corpo de Bombeiros vai fazer um cadastro de todos os moradores que ficaram desabrigados.
Por volta das 8h30, o secretário municipal de Defesa Civil, Márcio Motta, chegou ao local. Ele percorreu a área a bordo de um bote. Garis da Comlurb limpam a região para desobstruir a área. O coronel Sergio Simões informou que o Corpo de Bombeiros vai fazer um cadastro de todos os moradores que ficaram desabrigados.
“Eu lamento profundamente o óbito da criança, nós tentamos reanimá-la a todo o momento, durante o trajeto até o hospital. Ainda estamos vendo a dimensão do estrago”, declarou. O comandante informou ainda que a primeira medida era socorrer as pessoas e depois cadastrar as que estão desabrigadas.
Carros e ambulâncias dos quartéis de Campo Grande e Santa Cruz foram para o local. Um bote salva-vidas ajuda no resgate dos moradores. Equipes da Defesa Civil municipal e agentes da Polícia Militar auxiliam nos resgates.
Carros e ambulâncias dos quartéis de Campo Grande e Santa Cruz foram para o local. Um bote salva-vidas ajuda no resgate dos moradores. Equipes da Defesa Civil municipal e agentes da Polícia Militar auxiliam nos resgates.
Em entrevista à GloboNews, o comandante do Corpo de Bombeiros disse que a corporação vai avaliar os danos causados pela água. "Nosso trabalho tem sido para retirar pessoas de dentro de casa em razão da grande extensão do alagamento. Estamos trabalhando em conjunto com o Departamento de Engenharia da Defesa Civil da cidade para fazer as avaliações e as extensões dos danos causados nas casas que foram destruídas ou danificadas”, explicou Simões.
Interdição e falta de luz
A Estrada do Mendanha foi interditada na altura da Rua Marcolino da Costa e o trânsito era desviado pela Estrada do Pedregoso. De acordo com a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia, após o rompimento da adutora, a luz foi desligada por questões de segurança na região.
A Estrada do Mendanha foi interditada na altura da Rua Marcolino da Costa e o trânsito era desviado pela Estrada do Pedregoso. De acordo com a Light, empresa responsável pelo fornecimento de energia, após o rompimento da adutora, a luz foi desligada por questões de segurança na região.
A Cedae enviou uma equipe de manutenção para providenciar o reparo e uma outra equipe para fazer análise de danos para que as pessoas possam ser ressarcidas de qualquer prejuízo. Segundo a concessionária, técnicos desligaram a tubulação, fizeram a manobra e a pressão da água deve diminuir gradativamente.
Ainda não há informações do que provocou o rompimento da adutora. Por volta das 8h, duas após o rompimento, ruas no entorno da Estrada do Mendanha estavam inundadas.
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