sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

TRAGÉDIA DA BOATE KISS PODE VIRA UMAS DAS BILONÁRIAS

JEFFERSON BERNARDES / AFP
A dor da perda de uma pessoa querida é incalculável, mas ser indenizado pelos danos morais e econômicos em casos como o incêndio em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em que morreram até o momento 236 pessoas, é um direito do cidadão, e as indenizações podem chegar a cifras milionárias. Acidentes aéreos, naufrágios e incêndios fatais são labirintos judiciais que por vezes ressarcem financeiramente os familiares das vítimas. Conheça a seguir alguns exemplos de grandes indenizações pelo mundo
Conforme apurado pelo R7, somente por danos morais os familiares dos mortos em Santa Maria podem receber indenização de mais de R$ 78 milhões. Dessa forma, as 236 famílias de mortos na tragédia — registrados até a manhã desta sexta-feira (1º) — receberiam cerca de R$ 330 mil cada. A estimativa, feita por Leonardo Amarante, advogado especializado em responsabilidade civil, não leva em conta os danos materiais da tragédia
Em 2003, centenas de pessoas assistiam ao show da banda The Great White, no Estado americano de Rhode Island, quando fogos de artifício que faziam parte do espetáculo acidentalmente iniciaram o fogo em uma boate da cidade de West Warwick. Cem pessoas morreram. Segundo o Providence Journal, jornal da capital de Rhode Island, as indenizações para as vítimas do incêndio somavam cerca de R$ 355 milhões até 2010
Além das indenizações às vítimas, um dos proprietários do local em que o show ocorreu, Michael Derderian (foto), e o gerente da banda, Daniel Biechele, receberam penas de prisão de 15 anos. Mas, com bom comportamento, só passaram entre dois e três anos na cadeia
Em 2009, um incêndio na boate Lame Horse Club, em Perm, na Rússia, deixou 156 mortos. Após a investigação criminal, a Justiça determinou a prisão de Konstantin Mrykhin. Ele foi o responsável pelo arranjo dos efeitos especiais no palco e, por isso, decidiu-se que ele deveria não só ser detido, como arcar com as indenizações das vítimas
Konstantin Mrykhin foi preso em Barcelona, na Espanha, em 2010, tentando escapar da Justiça russa. Ele acabou condenado a seis anos e meio de prisão. Além disso, ele foi obrigado a arcar com mais de R$ 13 milhões em indenizações
Na noite de 31 de maio de 2009, o voo AF 447, que fazia a rota do Rio de Janeiro para Paris, caiu no meio do oceano Atlântico, matando todos que estavam a bordo. Foram, no total, 228 mortos em uma das tragédias aéreas mais marcantes da aviação internacional. Após o processo investigativo, a Justiça brasileira e a francesa determinaram valores diferentes de indenização para as famílias das vítimas. Na França, o valor médio pago pelos danos morais foi de R$ 900 mil. No Brasil, também pelos danos morais, a Justiça do Rio de Janeiro determinou que os pais das vítimas deveriam receber R$ 600 mil, enquanto cada um dos avós, R$ 200 mil. Se a vítima tivesse filhos, esses valores aumentariam. Em média, cada família recebeu cerca de R$ 2 milhões. A Air France questionou a Justiça brasileira, alegando que os valores determinados eram muito altos
Em 2004, na Argentina, um incêndio na República Cromañón, durante um show de rock, matou 194 pessoas e chocou a sociedade local. A Justiça argentina determinou que a administração pública foi a principal responsável pelo acidente. De acordo com a conclusão judicial, os familiares das vítimas mortas deveriam receber R$ 240 mil. Aqueles que tiveram lesões sérias receberiam R$ 71 mil, enquanto que as vítimas com lesões leves foram indenizadas com R$ 20 mil
AP/Sakchai Lalit
Em 2009, na noite de Ano-Novo no Santika Club, na Tailândia, um incêndio causado por fogos de artifício deixou 66 mortos. Na ocasião, o dono do local e o responsável técnico pelos fogos foram condenados a três anos de prisão. A Justiça determinou que a empresa da boate pagasse um total de R$ 580 mil em indenizações que deveriam ser divididas entre os parentes das vítimas

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