quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

DESABAMENTO DE 5 CASAS EM BARRA MANSA

Desabamento de casas assusta moradores do Boa Vista II

FOTO: AIRTON SOARES
Casa desabou na madrugada de hoje

BARRA MANSA
A casa que desabou por volta das 7 horas de hoje na Rua L, no bairro Boa Vista II, marcou o início de um dia de muito susto e trabalho para os moradores da via. Outra casa ruiu, comprometendo ainda a residência ao lado e casas na rua abaixo, a Miguel Gomes de Souza. Ao todo, nas duas vias, quinze imóveis foram interditados pela Defesa Civil.
De acordo com o motorista licenciado Edson Vander da Gama, 42 anos, proprietário do imóvel que desabou durante a madrugada, o desespero começou por volta das 18 horas da última terça-feira. “Começou com uma trinca da grossura de um prego, quando eu vi que já tinha aumentado para uma rachadura de sete centímetros comecei a ligar para a Defesa Civil. Não consegui falar com ninguém de lá, aí tirei minha sogra daqui e fui avisar os vizinhos e o pessoal da rua debaixo. Passei a madrugada passando de casa em casa avisando o pessoal”, contou.
Edson disse : “foram os vizinhos que me ajudaram em tudo. A Defesa Civil chegou umas 10 horas da manhã, ontem [quarta-feira], e interditou a casa. A última madrugada nós já não passamos aqui”, afirmou Edson.
O vizinho de Edson, José Airton Alves, 47 anos, também teve a casa interditada. “Na minha casa não tem rachadura nem nada, mas o risco é a terra deslizar e levar tudo mesmo. Eu passei a noite fora, mas era aqui perto, ainda ouvi a casa dele trincar, ceder, ceder e depois cair tudo. Os barulhos começaram de madrugada, por volta das 2 ou 3 da manhã”, relatou.
José Airton contou também que a rua não tem histórico de desabamentos. “É triste, muito triste. Moro aqui há 30 anos e nunca foi de acontecer isso. A gente leva a vida inteira para construir e numa noite tudo acaba”, lamentou o morador.
Durante a visita dos técnicos da Defesa Civil, na última quarta-feira, outra casa vizinha ao imóvel que desabou preocupava os técnicos e moradores. O órgão também interditou o local. Parte da residência do ajudante industrial José Ribeiro dos Santos foi abaixo por volta das 11 horas de ontem. “Eles já tinham interditado, nós saímos e dormimos na casa da minha irmã. Agora conseguimos retirar os móveis, está tudo espalhado por aí, na rua e nas casas de vizinhos. A casa já está perdida mesmo”, contou o morador.
Como num efeito dominó, a casa ao lado também apresentava riscos. O motorista Marcos José Batista não havia recebido a ordem de interdição da Defesa Civil, mas decidiu sair da casa. “Eu mesmo interditei. Não tem rachadura, mas a gente nunca sabe, ainda mais que a do vizinho já foi condenada. A gente não tem para onde ir, mas sempre recebe a ajuda dos amigos”, relatou.
Marcos José se referia aos vizinhos e amigos que se mobilizaram para ajudá-lo a retirar os pertences do imóvel. Ainda com a casa ao lado ruindo, os moradores não sossegaram enquanto não esvaziaram o imóvel. Dezenas de pessoas trabalharam por mais de uma hora para garantir a retirada de móveis, eletrodomésticos, louças, roupas e tudo o mais que encontraram pela casa.
Já com os pertences na rua, em casas de vizinhos e em carros, os moradores assistiram ao desabamento da casa de José Ribeiro. Até o momento em que a equipe do A VOZ DA CIDADE saiu do local, Marcos José permanecia apreensivo em relação à casa.
Outra casa afetada pelo desabamento é o da vendedora Lucimar Domingos, cunhada de José Ribeiro. Ela mora abaixo da casa do cunhado e a terra que estava deslizando do imóvel de cima, já havia comprometido a residência. “A terra desceu e derrubou meu muro que tem 4 metros de largura e 15 de altura. Com a chuva, agora abriu uma cratera lá. Eu estou na rua. Dormi lá com meu filho, mas está interditado. Estou pensando em procurar algum lugar, mas ainda não sei onde”, disse.
Equipes da secretaria de Assistência Social e da Defesa Civil foram à rua orientar os moradores. “Estamos monitorando constantemente toda essa região. Percebemos que o solo sob os imóveis estava encharcado por causa das constantes chuvas e, como o prédio e a casa apresentavam rachaduras, interditamos os imóveis de pronto”, explicou o coordenador da Defesa Civil,Carlos Natanael Geremias.
 A assistente social Roberta Santos explicou ao A VOZ DA CIDADE que a primeira medida a ser tomada é a conscientização. “A primeira coisa a fazer é conscientizar as pessoas de que eles têm que sair das suas casas. Se não houver possibilidade de ficar na casa de parentes ou amigos, nós temos que saber, para abrir escolas para abrigar essas pessoas. Aqui ainda não houve essa necessidade”, esclareceu.
Ainda segundo a assistente, os atingidos pelos desabamentos têm amparo da secretaria para encontrar uma nova moradia. “Existe um benefício de verba municipal baseado na lei 3788, de 2009, que é o aluguel social. É um recurso emergencial para calamidades de intempéries. O município contribui com R$ 300 para complementar ou quitar o aluguel de um local seguro para a família, até que a situação seja solucionada”, contou.
Roberta explicou também que não há tempo determinado para o fim do benefício e que o dinheiro é depositado na conta identificada e recomendada pelo cidadão. Outros pontos ressaltados pela assistente social foram a verificação da secretaria e da Defesa Civil sobre o local escolhido pela família e a documentação necessária para a adesão ao programa.
A Guarda Municipal de Barra Mansa chegou à rua para manter a segurança no local. O trânsito nas ruas L e Miguel Gomes de Souza foi impedido para que a trepidação dos veículos não abalasse ainda mais os imóveis afetados.
Ainda durante a manhã, o Corpo de Bombeiros e duas ambulâncias foram até o bairro prestar apoio à população. “Graças a Deus ninguém ficou ferido. Com o monitoramento constante, conseguimos poupar vidas e demos todo o suporte necessário para os moradores da região”, disse o secretário municipal de Ordem Pública, Ebison Diettrich.

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