quarta-feira, 25 de julho de 2012

Seis meses após desabamento no centro no RJ


Desabamento no Rio
Cobertura completa

Seis meses após desabamento no centro, famílias
de vítimas desaparecidas choram o “vazio"

Avó de mulher morta na tragédia acha que neta está trabalhando fora do país

Desabamento1
Cinco corpos não foram encontrados em meio aos escombros
No último dia 25 de janeiro, Vera Bastone, de 64 anos, sofreu o golpe mais duro de sua vida. A filha única Yokania Bastone Mauro, de 34 anos, desapareceu em meio aos escombros dos três prédios que desabaram na rua Treze de Maio, no centro do Rio. Nenhuma parte do corpo foi encontrada. Mineira, a analista de negócios morava na cidade desde 1997, quando deixou São João Del-Rei, no sudeste de Minas Gerais, para fazer faculdade. Apaixonada pelo estilo de vida carioca, nunca pensou em voltar à terra natal.
Seis meses se passaram desde a tragédia, que deixou outros 21 mortos. Com o tempo, Vera aprendeu a administrar a dor, mas chora toda vez que precisa mentir para a própria mãe, de 84 anos. A avó de Yokania não sabe sobre a morte da neta.
— Esse vazio dói demais, é uma coisa que escondo da minha mãe, por exemplo. Digo que ela está viajando. Ela [a avó] conversa imaginariamente com a Yokania pelo telefone. Às vezes, eu ligo e falo como se fosse a minha filha. Ela acha que a neta está no exterior, trabalhando e ganhando bem.
Em 12 de junho, Vera recebeu em casa a certidão de morte presumida da filha, documento conseguido graças ao esforço da Defensoria Pública do Rio. Junto com a papelada, estava uma guia de sepultamento. A mãe de Yokania ficou revoltada.
— Como me dão uma guia de sepultamento, se não encontraram a minha filha? Não tenho nem onde orar, pois não pudemos fazer o enterro. Eu recebi isso como um tapa na cara.
Outras quatro pessoas sumiram sem deixar rastros na montanha armada pelas toneladas de entulho do edifício Liberdade e seus dois vizinhos. Priscila Montezano era a mais jovem delas. Aos 23 anos, trabalhava no local desde o fim de dezembro. A dor de parentes é quase insuportável. Em entrevista à Rede Record, a mãe, Maria Montezano, pediu justiça.
— Hoje, nós somos uma família doente. Esperamos que as pessoas culpadas paguem por isso.
O analista de sistemas Marcelo Rebelo, 48 anos, deixou a mulher e uma filha de seis anos. Ana Cristina Silveira, 51 anos, que trabalhava no escritório de contabilidade do marido, tinha dois filhos, um de 19 e outro de 22 anos. A pedagoga Sabrina Travassos morreu aos 30 anos. O pai dela sente falta da companhia. A mãe se trata com remédios controlados.
Assista ao vídeo:

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