Países vizinhos criticam queda de Lugo; veja repercussão.
Argentina
De forma categórica, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, rejeitou manter relações com o novo governo e disse que "sem dúvida alguma houve um golpe de Estado no Paraguai. É inaceitável". Ela acrescentou que seu país discutirá uma reação conjunta com os outros membros do Mercosul (Brasil e Uruguai), em reunião de cúpula na próxima semana. Na noite deste sábado, a Argentina tornou-se o primeiro país a retirar seu embaixador de Assunção em protesto.
Chile
O chanceler chileno, Alfredo Moreno, disse que o impeachment "não satisfez os requerimentos mínimos para este tipo de procedimento".
Brasil
Ainda na sexta-feira, antes da conclusão do processo de impeachment no Paraguai, a presidente Dilma Rousseff disse que a "cláusula democrática" da Unasul prevê a suspensão de um país em caso de ruptura constitucional. "Há previsão de sanção" para quem não cumprir "os princípios que caracterizam uma democracia", afirmou. Para ela, o Paraguai vivia uma "situação complicada".
Indagada sobre qual seria a sanção, respondeu de maneira genérica. Disse que para um país que transgride a cláusula de democracia, é a "não participação nos órgãos multilaterais". Ou seja, expulsão de Mercosul e Unasul.
Neste sábado, informações divulgadas por agências de notícias apontam que o Brasil está consultando os outros membros da Unasul antes de acenar com uma posição definitiva. Em entrevista à rádio CBN, o porta-voz do Itamaraty, Tovar Nunes, disse que a posição do Brasil seguiria a da Unasul, a ser decidida em reunião nos próximos dias.
União de Grêmios de Produção (UGP)
A forte união dos produtores e exportadores de cereais apoiou o novo governo e cancelou um "tratoraço" previsto para segunda-feira em protesto contra o agora ex-presidente Fernando Lugo. "Temos que dar uma oportunidade ao novo governo. Esperamos conseguir com Franco o que não pudemos com Lugo. Pessoas de fora não devem tentar interferir em nossos problemas internos", disse Héctor Cristaldo, presidente da UGP.
União Europeia
Em comunicado oficial o bloco europeu disse que sua representante para assuntos exteriores, Catherine Ashton, "tomou conhecimento da rápida reação da Unasul e suas preocupações em relação à condução do processo". O bloco disse ainda que "também acompanhou as discussões de ontem na OEA (Organização de Estados Americanos) e celebrou sua decisão de enviar uma missão ao Paraguai para acompanhar a situação". "A UE manterá estreito contato com os líderes regionais", diz o comunicado.
Cuba
Em comunicado oficial, o governo cubano classificou o processo de impeachment como um "golpe de Estado parlamentar executado contra o presidente constitucional Fernando Lugo e o povo irmão do Paraguai".
Espanha
Em comunicado oficial o ministério das Relações Exteriores espanhol disse acreditar que o país resolverá a crise. "A Espanha defende o respeito integral às instituições democráticas e o estado de direito e confia que o Paraguai, em respeito à sua Constituição e a compromissos internacionais, conseguirá lidar com esta crise política e resguardará a coexistência pacífica do povo paraguaio".
Venezuela
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, classificou o processo como vergonhoso e rejeitou o novo governo. "Em nome do povo da Venezuela e em nome do governo venezuelano e como comandante-em-chefe, digo que nós (...) não reconhecemos este governo ilegítimo e ilegal que foi instalado".
Equador
"O governo equatoriano não vai reconehcer qualquer presidente que não seja Fernando Lugo. Nós não vamos nos prestar a estes engodos de supostas formalidades legais", disse o presidente do Equador, Rafael Correa.
Estados Unidos
Em conversa com a BBC Brasil, um porta-voz do Departamento de Estado americano, em Washington, disse que a embaixada americana em Assunção está "acompanhando de perto" o desenrolar da crise política, e endossa a liderança de "atores regionais", como o Brasil, na questão.
"Pedimos aos paraguaios que ajam de forma pacífica, com calma e responsabilidade, dentro do espírito dos princípios democráticos do Paraguai", disse o porta-voz.
O presidente colombiano, Juán Manuel Santos, disse que "os procedimentos legais não deveriam ser usados para abusar" e que as intenções da Colômbia são de "ajudar o Paraguai a manter a estabilidade e a democracia".
Vaticano
O enviado do Vaticano ao Paraguai, Antonio Ariotti, não reconheceu oficialmente o novo governo e manifestou otimismo em relação à calmaria um dia após a queda de Lugo. "Eu estou muito satisfeito com o fato de que o povo e as autoridades pensaram no bem do país, e que continuam a dar o seu melhor pela pátria".
Alemanha
O embaixador alemão, Claude Robert Ellner, visitou o palácio presidencial neste sábado e manifestou intenção de cooperar com o país. "Nós vamos continuar de forma normal todos os nossos acordos de cooperação com o Paraguai. Vemos o processo de mudança acontecendo dentro das leis e da Constituição, já que nenhum Parlamento promove um golpe de Estado", disse.
Colômbia
O presidente colombiano, Juán Manuel Santos, disse que "os procedimentos legais não deveriam ser usados para abusar" e que as intenções da Colômbia são de "ajudar o Paraguai a manter a estabilidade e a democracia".
El Salvador
O vice-presidente salvadorenho, Sánchez Cerén, condenou a derrubada do ex-presidente Fernando Lugo, classificada por ele como um "golpe de Estado" realizado pelo Senado paraguaio. "Que um golpe de Estado da Assembleia Legislativa ou do Senado paraguaios tenha ultrapassado a vontade popular é algo condenável", disse
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