segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

operação de socorro.


Labaredas de mais de cinco metros que o vento forte da Antártida tratou de espalhar. De repente, o fogo quebrou a escuridão e o silêncio da madrugada na estação científica brasileira.
O fogo começou por volta das duas da manhã de sábado (25), horário de Brasília, num depósito no prédio principal onde ficam os geradores de energia. E surpreendeu todo mundo.
O suboficial Carlos Alberto Figueiredo e o primeiro-sargento Roberto Lopes dos Santos, que tentavam conter as chamas se aproximaram muito do foco do incêndio. Foram cercados pelas labaredas e não resistiram. Os pesquisadores souberam da morte deles de manhã, quando uma gigantesca coluna de fumaça contrastava com a brancura da paisagem.
A fumaça e o fogo na estação brasileira foram avistados primeiro por pesquisadores da base polonesa que fica numa enseada próxima da baía do almirantado. Começava aí uma operação de socorro e resgate que duraria horas e envolveria cinco países.
Os poloneses chegaram de bote e socorreram o primeiro-sargento Luciano Gomes Medeiros, que estava ferido. Ele foi atendido por um médico da estação russa que funciona ali perto.
Avisados por rádio, militares chilenos usaram três helicópteros para resgatar o sargento ferido e os outros brasileiros. Como a fumaça se aproximava do heliponto, o helicóptero pousou na praia. Militares argentinos que estavam num navio emprestaram equipamento para combater as chamas.
Os brasileiros foram levados para a base chilena na Antártida. De lá, eles seguiram num avião militar argentino para a cidade de Punta Arenas, extremo sul do Chile.
A solidariedade faz parte da cooperação que existe na Antártida desde a assinatura de um acordo firmado em 1961 para conter a disputa internacional pela área. Em 1975, o Brasil assinou o acordo e desde 1983 faz parte do conselho consultivo que debate os rumos do continente. Para ter direito a voz, uma condição é fazer pesquisas continuamente, como acontecia na Estação Comandante Ferraz.
Desde que passou a funcionar em 1984, a estação científica foi crescendo aos poucos, com a abertura de novos espaços e laboratórios. Agora, depois da tragédia, o governo anunciou um projeto único, mais moderno e com padrões rígidos de segurança. Só não há previsão para a reconstrução.
O gerente do Programa Antártico almirante Marcos José disse que peritos serão enviados para a estação para descobrir o que aconteceu com os geradores. Três deles eram a diesel. Um outro, a etanol, funcionava desde o início do ano de forma experimental. Segundo o almirante, o gerador a etanol não estava funcionando na hora do incêndio e os geradores a óleo não eram antigos. "Tinham cerca de dois anos de uso. Não eram recém instalados de forma que temos curiosidade de saber o que causou io incêndio.", disse Marcos José
No sábado, os corpos dos dois militares mortos foram localizados e levados para a base chilena na Antártida. O embaixador brasileiro no Chile informou que eles devem seguir logo para o Brasil.

Arte incêndio base antártida (Foto: Arte/G1)

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