terça-feira, 31 de janeiro de 2012

 Na madrugada deste domingo (29), a cantora Rita Lee fez seu show de despedida, na Atalaia Nova, no município de Barra dos Coqueiros, em Sergipe. No show, a cantora xingou os policiais que faziam a segurança por considerar "invasivo" o tratamento com seu público. Ainda durante a apresentação, a cantora recebeu um mandado de intimação para comparecer à Corregedoria de Polícia, na manhã seguinte, o que não foi aceito por ela.
Ao deixar o palco, Rita Lee foi detida e encaminhada à Delegacia Plantonista de Aracaju, onde prestou depoimento. Segundo o delegado Leogenes Correa, em seu depoimento, a cantora disse que toda a ação foi gerada pelo "calor das emoções" e por ter achado truculenta e desnecessária a ação dos policias com seus fãs.

Confira, no vídeo acima, parte da fala da cantora durante o show, gravada pela TV Sergipe. Abaixo, leia a transcrição de trechos do que disse Rita Lee.


A primeira interrupção aconteceu durante a música Amor e sexo. “Olha eles aí outra vez, é sexo meus filhos. Por que essa invasão de polícia? É desagradável para mim. É invasão. Só que não é invasão legal. Por que esses passinhos? Posso saber esse passinho? O que vocês estão procurando, queridos policiais? Baseado? Vão achar. Alegria? Vão achar. O lazer, a felicidade, só isso. Um passinho à frente.Pô. Eu não quero ficar reclamando porque quebra a unidade do show.
Outra coisa sabe o que eu sei? Que não foi você que comandou isso. Teve outro, o patrão, então manda o patrão para a p... e vocês assistem ao show. Cara, eu tenho 67 anos, tenho uma neta, o que você acha que eu vou fazer aqui? Mostrar a bunda?  Vai, vai, vai, um pouquinho de ânimo, tira o capacete. Vai, vai, alegria. Ok. Ok. Então, assim eu vejo todo esse mar de gente, de garotada sorridente e quatro Darth Vader [vilão da série Star Wars]. Então amos lá. Vamos embora, vai. Vamos mandar todo mundo tomar do c..., e a gente fica bem, pelo menos a gente pode tomar no c... numa boa.
Vieram assistir ao show rapaziada? [faz som de uivos].

Oh, se a polícia bater, se a polícia bater eu vou dedar para o Brasil inteiro. Denuncio e processo. Isso é força brutal. Vocês não têm direito de usar a força na meninada, que não tá fazendo nada. Cadê o responsável? Eu quero falar. Eu tenho direito. Esse show é meu! Não é de vocês. Esse show é minha despedida do palco e vocês continuam tendo que guardar as pessoas e não tendo que agredir.

Seus cachorros! Coitados dos cachorros. Cafajestes! Vocês estão fazendo de propósito. Eu sou do tempo da ditadura, se pensa que eu tenho medo, p..! Venha aqui! Eu sou mulher. Mulher, queridos! Sou mãe tive três filhos, tenho uma neta, 67 anos, que que vocês vão fazer? É isso que vocês querem? Chamar a atenção? Eles querem chamar a atenção, querem cantar? É horrível! Eu tenho paranoia com esse tipo de coisa, por que isso? Por quê? Eu queria saber. Cadê? Cadê por escrito que vocês têm que fazer isso? Cavalaria aqui não, filho. De cavalo. Cavalo é um bicho delicado. Que isso? Não. Eu não vou esperar, esse show é meu, as pessoas estão esperando eu cantar. Não é a gracinha de vocês. Seus f... da p.... Agora venha aqui me prender....
Não vai me dizer... Não. Não é? Não pode ser. Por causa de um baseadinho? É isso? Cadê o baseadinho para eu fumar aqui agora. Eles não vêm me pegar. Vem cá. Gatos! Gatinhos vão embora? [som de gato ronronando]. É rock in roll!”

Rita Lee volta a cantar, mas volta a interromper o show. “Pô, meu último show. Tô me despedindo. Ai não me deixam fazer o show [palmas]. Obrigado. É para agradecer? Então, vamos a uma salva de vaias [plateia vaia]. Aju [disse se referindo à cidade de Aracaju], vocês são lindos. O povo é lindo. A cidade é linda. Vocês merecem o melhor. Bora tocar, bora cantar. Aqui em Aracajuuuu esse sol delicioso. Esse calor, é gostoso. Hoje só tem comemoração.
Recebam o meu amor, recebam o meu beijo, beijo, beijo. Ai eu pego vocês no colinho, dou beijinho, baseadinho

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